segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

COLEÇÃO JORNADA NAS ESTRELAS DA ALEPH - Parte 3

 

Prosseguindo com comentários sobre os volumes.

 

13. Emissário - J. M. Dillard (1993) – Deep Space Nine

 Novelização do episódio televisivo de mesmo nome, o piloto de Deep Space Nine. Dillard é bastante fiel ao mostrado na tela, como sempre.

Outro caso em que conheci um conteúdo de Star Trek primeiro em sua versão literária.

           

14.  Imzadi – Peter David (1994) – Nova Geração

 A minha história com este volume é diferente das que venho apresentando até aqui. Adquiri Imzadi pela internet (exemplar usado, claro) apenas recentemente, nos primeiros dias de novembro de 2020, com a finalidade explícita de completar a coleção (era o único que faltava!).

Porque não o adquiri antes, se foi lançado na época em que estava ativamente engajado em procurar pelos livros da coleção? Simplesmente, nunca o encontrei em sebos naqueles tempos. Uma possível explicação para este fato seja o fato de tratar-se, de acordo com verbete na Wikipedia em inglês, de uma das melhores novelas no universo Star Trek. Talvez por isso tenha se tornado uma raridade aqui no Brasil. 

Não consigo saber o que teria achado da leitura de Imzadi nos meus tempos adolescente. Hoje, na casa dos 40, posso dizer que trata de uma obra demasiadamente complicada que envolve o Guardião da Eternidade e linhas temporais. Seu núcleo é a narrativa do encontro inicial entre Troi e Riker, respondendo às questões deixadas no ar em TNG (como o significado da expressão “imzadi”). Este núcleo narrativo é, em si mesmo, bastante convencional e segue os clichês dos filmes românticos: o galã conquistador, a menina introvertida, a famosa aposta entre o galã e um outro personagem masculino...

 

15. Meu Inimigo, Meu Aliado – Diane Duane (1994) – Série Clássica

 Esse volume é um dos poucos que comprei novo, em uma grande livraria. Quando iniciei sua leitura, nos meus tempos de adolescente nerd, senti-me bem menos só no mundo. Finalmente, alguém percebia o óbvio: os romulanos, evidentemente, nada sabiam do antigo Império Romano da Terra, e certamente não pensavam em si mesmos como seus continuadores. Em Meu Inimigo, Meu Aliado, temos uma perplexa comandante romulana que trava conhecimento dessa grande trapalhada. Percebe que os humanos não pensam em sua civilização como os Rihannsu, mas prefere denominá-los a partir de um antigo povo da Terra. Conhece então o mito de Romulus e Remus, e passa a entender de onde os federados tiraram os nomes com que resolveram chamar os planetas principais de sua civilização (que por sinal se chamam Ch’rihan e Ch’hauran).  

Esse volume está recheado de coisas legais, que realmente capturam os fãs:

- Amostras do idioma romulano.

- Xadrez quadridimensional, a evolução do xadrez tridimensional.

- Um horta (ser rochoso com metabolismo baseado em silício: The Devil in the Dark – TOS, 1967) tripulando a Enterprise.

É um livro de ação: as descrições do que está acontecendo são frequentes. É aquele problema que aludimos anteriormente, o dos livros que se comportam como episódios de TV ao invés de como literatura. De qualquer forma, é um dos destaques desta coleção, e teve em várias sequencias em inglês (infelizmente, ainda não traduzidas), dando origem à série Rihannsu.

 

16. O Princípio Pandora – Diane Duane (1994) – Série Clássica

 Este volume foi encontrado e adquirido através da internet em 2018, com a finalidade de completar a coleção. É um prelúdio literário à Saavik, a discípula de Spock que conhecemos nos filmes de Star Trek. Desenvolve a influente teoria de que Saavik é uma híbrida vulcano-romulana. 

 

17. Sobreviventes – Jean Lorrah (1994) – Nova Geração

 Trata-se de uma tentativa de explorar o passado de Tasha Yar a partir de uma série de pistas deixadas ao longo da primeira temporada de TNG. Buscou-se dar algum tipo de sentido à morte da personagem nas telas, incorporando esse fato ao corpo literário de Star Trek com dignidade. Muitos elementos do episódio Legacy (1990), da Nova Geração, que também aborda o passado de Tasha, são consistentes com esse livro (lançado em inglês em 1989).

 

18. Herança – Michael Jan Freidman (1995) – Série Clássica

 Como viverá o Capitão Pike, imerso em infinitos sonhos no planeta Talos IV? Dedicará ainda alguns pensamentos aos seus antigos companheiros? Em Herança, descobrimos que sim, que ainda se preocupa com eles... Esta obra é uma expressão do carinho dos fãs por Pike, algo que as produções televisivas de Jornada mais recentes não têm hesitado em explorar.

 

 19. Paraíso Selvagem – Peter David (1995) – Nova Geração

 Tive duas atitudes distintas em relação à coleção Jornada das Estrelas. A primeira, de grande entusiasmo, foi ainda nos anos 90, quando buscava ativamente por estes volumes em lojas de usados (mais baratas), eventualmente comprando também novos das grandes livrarias. A segunda, posterior, foi mais motivada por um impulso colecionador do que pelo interesse pelas obras em si. 

Paraíso Selvagem é exatamente o volume que marcou a transição entre uma e outra atitude (lembrando que os volumes não foram adquiridos por mim em sua ordem de lançamento). Foi o último volume da coleção da Aleph que comprei em um sebo por estar absolutamente desejoso de mais uma grande aventura literária no universo Star Trek, no que fui completamente frustrado. O livro era ruim demais!

Hoje, olhando retrospectivamente, está claro que Paraíso Selvagem realmente não fica atrás dos demais da coleção, eu é que havia me modificado. De fato, a obra apresenta um personagem interessante, um certo Stone, que assume temporariamente o posto de imediato da Enterprise. Se você deseja saber o que aconteceria se um psicopata fosse o “Número Um” da Enterprise, leia este livro. De qualquer forma, não consigo identificar qualquer contribuição notória dessa obra para o universo de Star Trek.

 

20. A Nova Geração – J. M. Dillard (1995) – Série Clássica / Nova Geração

 Novelização de Generations, sétima produção para os cinemas baseada no universo de Jornada na Estrelas. Adquirida por impulso colecionador, pois o filme em si sequer é um de meus preferidos. Ao fim do volume há um primoroso apêndice final: uma matéria ilustrada dedicada aos bastidores da produção do filme (e traduzida por Roberto de Souza Causo!). 

  

22. Relíquias – Michel Jan Friedman (1996) – Nova Geração

 Não é, como se poderia pensar, uma novelização do episódio Relics (1992) da sexta temporada da Nova Geração. Talvez pudesse ser mais bem descrita como uma versão literária do roteiro original de Ronald D. Moore: inclui vários elementos que acabaram ficando de fora de versão final do episódio. 

Também nesse caso, conheci esta narrativa primeiro em sua versão literária e apenas posteriormente na TV. Não pude deixar de pensar, ao finalmente assistir o episódio: “Nossa, o livro era melhor!”. Um exemplo: quando a Enterprise finalmente penetra a esfera de Dyson, o Picard da literatura imediatamente se põe a investigar os mistérios da civilização que a construiu; a urgência por sair é secundária. Na versão televisiva, Picard só quer escapar.

 

24. O Mundo de Spock – Diane Duane – Série Clássica

 Um dos primeiros livros que comprei pela internet em toda a minha vida. Hoje é uma raridade, vendido a valores elevados em sebos virtuais. O adquiri por impulso colecionador, mas fui positivamente surpreendido por seu conteúdo. Há duas esquisitices editorais: não apresenta ficha catalográfica (sem data, portanto) e emprega uma fonte minúscula. Hoje não conseguiria lê-lo!

É um livro profético (a versão original é de 1988). Trata do brexit de Vulcano: um número suficiente de cidadãos vulcanos, assombrados por fantasmas de antigos discursos de superioridade racial, estão dispostos a se livrarem das ideias politicamente corretas de Surak e forçam um plebiscito para decidir se Vulcano deve ou não permanecer na Federação. A Enterprise acompanha o processo, representando a Federação. Há, à bordo, um sistema anônimo de troca de mensagens, e logo "postagens" de teor similarmente racista não tardam a ser disseminadas também por humanos... Tudo muito triste e muito familiar ao mesmo tempo.

As coisas terminam bem para a Vulcano, neste livro. Tomara que terminem bem aqui na Terra também.

 

 

26. Cemitério Fantasma – A. C. Crispin – Nova Geração

             Apesar de ser o último da coleção, de forma alguma foi um dos últimos adquiridos por mim. Consegui comprá-lo usado pouco depois de seu lançamento em 1997. Este volume também não contém ficha catalográfica, mas a data pode ser inferida pela homenagem aos 40 anos do Sputnik I, na página final.

            O livro conta como Selar, a médica vulcana de The Schzoid Man (1989), episódio da segunda temporada da Nova Geração, veio a adotar uma menina andoriana chamada Thala. Também apresenta uma encrenca envolvendo em cemitério de naves espaciais, da qual me recordo muito pouco. Para sutilezas do comportamento afetivo dos vulcanos, este é o livro!

 

            E quanto aos volumes 21, 23 e 25? Assunto para o próximo post.

 

 Segue para:


https://tavernadesmade.blogspot.com/2020/12/colecao-jornada-nas-estrelas-da-aleph_14.html

 

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário