COLEÇÃO JORNADA NAS ESTRELAS DA ALEPH - Parte 4

 

            Ali por 2005, em um fórum de discussão do Orkut, alguém levantou a questão dos volumes finais da coleção Jornadas das Estrelas da Aleph. Fui taxativo: os volumes 21 a 25 não existem! Alguém respondeu que eu estava errado: existiam sim. Foi então que comecei a buscar estes livros pela internet, tendo localizado e adquirido Mundo de Spock (vol. 24) naquela ocasião.

            O caso é que cada volume da coleção contém, em suas páginas iniciais, uma lista das obras lançadas até então. A versão mais completa dessa lista é a que consta nas páginas iniciais do vols. 24 e 26 (o último). A mesmíssima lista consta em ambos os volumes: dá a impressão de que os editores esqueceram de atualizar a lista que consta no vol. 26, simplesmente usando novamente a lista empregada no volume 24. Até hoje jamais encontrei os volumes 21 e 23 dessa lista (e continuo achando que não existem!). Seriam:

21. Heróis Derrotados - Dafydd abb Hugh (DS9)

23. Os Anos Perdidos – J. M. Dillard (TOS)

            A lista (veja a seguir) não contém nenhum vol. 25 (que assumo certamente não existir) ou 26 (que existe, é Cemitério Espacial).

                  

           Há também três publicações vinculadas a essa coleção que não receberam numeração, já que são apresentadas como material de referência sobre o universo Star Trek:  Manual da Enterprise, Mundos da Federação e o Dicionário de Língua Klingon. Nunca me interessei por estes volumes e não os possuo.

          As relações do conteúdo literário das obras da coleção com as fontes canônicas de Jornada das Estrelas são bastante complexas. Pode-se argumentar que, em certo sentido, essas novelas são o que Star Trek deveria ter sido. Por exemplo: elas efetivamente corrigem o sexismo revoltante da Série Clássica, tendo sido escritas majoritariamente nos anos 80 por mulheres. Outro exemplo, mais banal: o Picard da literatura é um francês com sotaque rascante que de vez em quando deixa escapar um merde. O da TV é um Sir fleumático que toma chá, embora eventualmente coma croissants.

            Como aludi, muitas vezes as obras dessa coleção se afastam da ficção científica dita hard. Os aspectos formais da FC estão presentes – incluindo um jargão com expressões da física e da astronomia, por exemplo –, mas lado a lado com elementos que carecem de rigor e fundamentação. Essa afirmação certamente não surpreende a ninguém familiarizado com o universo de Star Trek e sequer chega a ser uma crítica: trata-se de uma literatura que tem seu coração lugar no lugar certo e que em nenhum momento se coloca em oposição deliberada ao conhecimento científico. Mas o real denominador comum desta coleção é um compromisso com valores civilizatórios. Há uma clara intenção, em muitos dos volumes, em educar o leitor para os valores humanistas.  Considerando as perspectivas que se desenham para este início de séc. XXI, é de se desejar que esta coleção tivesse tido um sucesso ainda maior. 

        A coleção consiste portanto em 23 obras de ficção (com problemas de numeração) e três obras de referência não numeradas. 

 P.S. Há também uma série portuguesa dedicada aos livros do universo Star Trek, mas tão somente da Nova Geração. Chama-se O Caminho das Estrelas: A Geração Seguinte, e foi lançada em formato livro de bolso pelas Publicações Europa-América. Tive contato com essa coleção através da saudosa Livraria Portugal aqui em Porto Alegre. Muito volumes são os mesmos lançados pela Aleph, mas adquiri dois que não eram: As Crianças de Hamlin (vol. 4), de Carmem Carter, e Zona de Ataque (vol. 6), de Peter David.

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