Irei
escrever sobre Ficção Científica, mais especificamente sobre as obras das
listas que postei. Quiçá, sobre todas elas. Mas permitam-me elaborar sobre como
cheguei às vias de fato e decidi por esta empreitada quixotesca.
Adquirir
um livro e vir a descobrir que já o havia comprado é embaraçoso. Na primeira
vez que o fiz, deixei passar e esqueci o assunto. Na segunda, levei o incidente
mais a sério, e o considerei como um lembrete de minha inevitável senescência.
Na terceira, decidi que talvez tivesse de tomar algum tipo de atitude.
Resoluções
de ano novo... que maçada! Mas estou de fato aproveitando esses primeiros dias
de 2018 para catalogar todos os meus livros (não somente FC). Como já havia
catalogado todos os pockets de FC (argonautas e etc.) em 2016, pareceu coerente
completar o catálogo da FC, antes de prosseguir para outras literaturas. Um
festim para a memória: quantos livros queridos e esquecidos! Quanto de minha vida dedicado a tais
leituras! Porque não escrever sobre a experiência? Um simples impulso... e eis
o blog.
Mas
há mais, além da importância desta literatura para mim, pessoalmente. Parece-me claro que a FC não é tão somente um
gênero marginal que eventualmente acerta em sua futurologia, mas sim uma
espécie de dispositivo cultural para atualizar e viabilizar a ideia de modernidade.
Sem a FC não estaríamos aqui, e se não gostamos de para onde estamos indo, bem
pode ser que tenhamos de fazer algum acerto de contas com a FC. Assim, vou tentar desenvolver também tais
pensamentos por aqui.
Em
um primeiro considerei a abordagem de resenhar as obras sistematicamente. Iria
então avaliá-las com quindins, de zero a cinco (vide "A Caçada").
Inclusive elaborei uma legenda (zero quindins: “Esta obra, no universo espelho,
é maravilhosa”). Mas, pensando melhor, creio que o meu lema ao longo da
construção de minha biblioteca vem sendo tudo vale a pena se a alma não é
pequena. Há livros que me divertiram muito, justamente por sua mediocridade.
Como avaliar um livro como As Cavernas da Marte, da famigerada série Lucky
Starr, de Isaac Asimov? (O próprio autor preferiu assinar a série com um
pseudônimo, Paul French!). Para mim, quando adolescente, era um livro
excelente, e foi um dos meus primeiros contatos com Asimov. Simplesmente não
consigo atribuir a ele a merecida “nota” (01 quindins: “Em um tedioso dia de
chuva, poderia servir...”). Decidi deixar esta abordagem para o pessoal que vem
fazendo isso a mais tempo e muito melhor do que eu poderia vir a fazer, como a
Lady Sybylla.
Mas
há, sim, uns poucos livros muito ruins em minha coleção, que não recomendaria a
ninguém em nenhuma circunstância. Irei denunciá-los oportunamente.
Optei
por escrever textos como “Estranhamentos”, minha primeira postagem. Há uma obra
central (no caso, Duna), mas isso não impede que eu mencione outros livros.
Parto do princípio que o leitor conhece as obras em questão, sem muitas
explicações. Expresso minha opinião livremente, não me preocupo muito com a
estrutura do texto: ela acontece. Em suma, escrevo para mim mesmo. Mas você é
bem-vindo...
Por
falar em hospitalidade, a respeito do título do blog: os iniciados reconhecerão
a alusão.
Tem a ver:
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