Acabei de reler minha velha edição, publicada
pelo Círculo do Livro em meados de 1985, de A Mão Esquerda da Escuridão
(1969), de Ursula K. Le Guin. Aliás, bela edição, com boa tradução e capa dura,
que vem sobrevivendo galhardamente aos maus tratos que impinjo aos meus volumes.
Não abordarei aqui este texto como precursor das questões contemporâneas de
gênero e sexualidade – o que certamente é! – , já que outras e outros o fazem
bem melhor do que seria capaz (como aqui: https://www.momentumsaga.com/2022/02/resenha-a-mao-esquerda-da-escuridao-de-ursula-le-guin.html ).
Em vez disso, pretendo apontar um outro eixo essencial da obra, aquele que diz
respeito aos contrastes que Le Guin cuidadosamente estabelece entre duas nações
do planeta ficcional Gethen, Karhide e Orgoreyn, com
o objetivo de investigar e criticar fenômeno da Modernidade aqui da Terra.