Antigos pensadores postulavam que a
arte era o marcador da diferença entre o humano e o animal. Era o exercício da arte
– intermediado pelas musas – que aproximava a humanidade da esfera divina, afastando seus praticantes da bestialidade. Mas como reagiriam os que pensam assim se
encontrassem, em outros mundos, criaturas fisicamente semelhantes aos animais,
mas dotadas de sensibilidade estética?
Essa
é questão de fundo proposta por Lloyd Biggle Jr. em Luz de Outra Dimensão
(Hemus, 1981). Nessa obra, encontramos a humanidade espalhada por diversos
planetas, muitos deles habitados por espécies inteligentes nativas chamadas
depreciativamente de “animalóides”. Entretanto, quando as recentes populações humanas destes mundos distantes começam a descobrir os dotes artísticos dos “não-humanos”, o resultado é o assassinato em massa das populações "animalóides" nativas.