O termo "fim da história" era tradicionalmente associado à Hegel — um filósofo alemão que viveu entre 1770 e 1831 — até que Fukuyama o reviveu em 1989 para falar da “vitória” estadunidense da Guerra Fria. O fim da história seria o momento em que a humanidade finalmente atingiria uma sociedade estável, equilibrada, perfeita. Como muitos já observaram — inclusive eu mesmo, aqui —, a confluência deste ideal com as aspirações religiosas milenaristas estadunidenses é uma poderosa matriz da FC.
Mas há aqueles que denunciam o conceito de fim de história justamente por ser utópico. Para estes, esta ideia não passa de uma cristalização materialista do conceito cristão da segunda vinda — e por isso mesmo falaciosa. Certamente podemos incluir Piratas do Espaço, de Murray Leinster, no cânone desses descrentes da utopia. Trata-se do volume 152 da Colecção Argonauta, lançado em Portugal em 1970.