terça-feira, 3 de agosto de 2021
Fui publicado!
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021
E QUANTO AOS DEUSES? – PARTE 3
Continuamos com Star
Trek. A Nova Geração (1987-1994) também tem sua cota de episódios de
deuses-astronautas, inclusive um em que os humanos acabam sendo
considerados como deuses. De um ponto de vista rigoroso, episódios como esse não
deveriam existir. A Federação Unida de Planetas, em sua Primeira Diretriz,
proíbe a interferência em planetas com culturas consideradas “primitivas” (Kirk,
na Série Clássica, desobedecia a essa regra com regularidade). Aos
cientistas federados permitia-se estudar planetas menos "avançados" se fossem
usadas táticas para manter sua presença oculta. Mas bastou um acidente revelar a
presença dos cientistas – e a Enterprise-D ser chamada para prestar socorro – para
termos o capitão Picard adorado com um deus no episódio Who Watches the
Watchers (1989). Como bom cidadão federado, ele recusa essa adoração. O
resultado é um episódio que, mesmo sendo tributário de Däniken, ao menos
problematiza o tema.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
E QUANTO AOS DEUSES? – PARTE 2
Como fã de Star Trek, não posso deixar de comentar que a franquia abordou os deuses-astronautas, ao seu modo, antes de Däniken. Em um episódio de 1967 da Série Clássica – Who Mourns for Adonais? – a tripulação da Enterprise encontra entre as estrelas Apolo, o musageta, deus grego da luz, da profecia e da música. Mas tudo não passa de um pretexto: o tema do episódio é a luta humana por autodeterminação, e não a hipótese dos astronautas antigos.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
E QUANTO AOS DEUSES? – PARTE 1
Muita FC foi escrita postulando
a interferência de extraterrestres (entendidos como "divinos") em nosso planeta. A Voz do Mestre (1968), de Stanislaw Lem, trata de uma transmissão de neutrinos – gerada intencionalmente por outra civilização – que teria permitido o próprio fenômeno da
vida na Terra (e talvez em uma vasta região da galáxia) ao aumentar as probabilidades da biogênese. Em 2001: Uma Odisseia no
Espaço (também de 1968), Arthur C. Clarke descreve como um artefato de origem
extraterrestre – o famoso monolito negro – teria atuado para incrementar a capacidade
cognitiva dos pré-humanos.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
A VOZ DO MESTRE – STANISLAW LEM
Acabo de reler A Voz
do Mestre, de Stanislaw Lem (Ed. Francisco Alves, 1991). O texto de Lem é
denso e filosófico. Problemas de tradução contribuem para tornar o livro quase
impenetrável em certas passagens. Não obstante, é uma leitura fantástica: as
explanações a respeito da aleatoriedade, por exemplo, são perfeitamente
acuradas e essenciais para a compreensão da trama. E se fosse percebido um
padrão nos bilhões de neutrinos cósmicos que atravessam a Terra a cada instante?
Tratar-se-ia de uma mensagem? Eis a trama de A Voz do Mestre, que nos
apresenta os bastidores de um projeto secreto do governo dos EUA destinado a “decifrar”
uma “mensagem” recebida das estrelas. Uma legião de cientistas de diferentes
áreas é recrutada e instalada em uma região desértica do EUA. Não é por acaso
que Lem (que era polonês) situa a narrativa na América: existe a intenção mais
ou menos expressa de estabelecer uma comparação com o Projeto Manhattan.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
E QUANTO AO PARAÍSO?
Descrevo a seguir cinco visões genéricas a respeito do sentido da história, tal podem ser encontradas em obras de ficção especulativa (categoria que abrange também a FC). Uso a expressão paraíso em um sentido não religioso, como significando um estado geral de coisas absolutamente desejável, uma sociedade ideal. Mas não a uso por acidente, na medida em que constato as relações entre a ficção especulativa e o pensamento religioso.